No artigo passado, eu falei um pouco sobre a vida de Andreas Vesallius, um grande anatomista. Tal fato me fez recordar de um soneto que escrevi no ano de 2004, o qual foi colocado no convite de minha formatura de Medicina.
Vamos aos fatos:
Soneto ao amigo cadáver
Amigo, que repousas nesta laje fria,
Que sofres com o líquido conservador
Calando-se em sono eterno sem dor,
Para doar o corpo à Anatomia.
Tens na alma as lições de vida de ardor,
Bem como os reflexos de tua agonia,
Sentimentos passados, vistos em um dia;
Dignificando o ser, que abrigou teu amor.
Não se sabe se sentes desconforto mais
Na manipulação do teu "eu" incapaz.
Restando gratidão a ti da mãe Medicina.
És o mestre sem vida que sempre ensina
Salvar vidas no mundo de carnificina.
Assim, digo ao amigo: "Vai! Dorme em paz!".
Marco Valério G. B. Gonçalves
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