domingo, 1 de abril de 2012

Polêmica na novela Avenida Brasil

A talentosa Heloísa Périssé interpretando a paraibana Monalisa



Nessa semana iniciou-se a novela Avenida Brasil, uma novela composta por um grande elenco, sem dúvidas.

Não sou adepto de novelas, mas assisti a alguns capítulos. Confesso que me encantei com algumas cenas, como por exemplo, da atriz Mel Maia que interpreta a Rita, que através da sutileza de seu sorriso nos proporcionou um contraste da alegria sua de vivenciar um casamento de brincadeirinha com o personagem Batata (Bernado Simões) com a tristeza de um lixão, local onde eles colhem material para reciclagem e garantir seus sustentos.

Por falar em tristeza, a mesma novela que me fez emocionar, fez-me ficar triste, pois a talentosa personagem Heloísa Périssé (Monalisa) interpreta uma paraibana que mora no Rio de Janeiro e mantém uma paixão por um jogador de futebol.

E qual é o motivo de minha tristeza? Explico: na novela, a Monalisa é tratada com total desprezo e discriminação por ser nordestina, em algumas cenas, é chamada com inferioridade de "Paraíba". Em outros momentos, alguns personagens fazem piadas de mau-gosto aos lugares e costumes paraibanos.

É uma pena! Não fico contrariado com o escritor da novela por isso, pois sei que na realidade isso tudo existe, fruto de uma concepção pobre e mesquinha de pessoas que se acham superiores. Por isso, como paraibano, e como um defensor da minha terra e de minha gente, sinto-me no direito de utilizar esse meio de comunicação (O Coração, versos e prosa) para denunciar a minha insatisfação, bem como do povo paraibano e nordestino, por tamanha falta de caráter das pessoas que desdenham do nosso ser, da nossa cultura, de nossa linguagem e de nossa integridade humana.

A Paraíba é um estado pobre é bem verdade, mas é um estado de gente lutadora, corajosa, de valor e de princípios. Ela é a terra de Augusto dos Anjos, de José Lins do Rego, de Ariano Suassuna e de tantos grandes e valentes paraibanos. Na mídia, só se atentam em mostrar o lado feio de nossa terra. Por que não mostram as nossas belezas naturais e exploram as nossas qualidades que são muitas.

Se o ilustre paraibano Assis Chateaubriand fosse vivo, esse homem que já foi o dono do maior conglomerado de mídia da América Latina, entre as décadas de 30 e 60, ao ver esse descaso todo com o povo paraibano, com certeza, ele também ficaria muito triste.

Espero que com o desenrolar da novela, o autor João Emanuel Carneiro utilize os seus escritos, para enfatizar que os personagens erraram em discriminar as pessoas nordestinas, porque se continuar do jeito que está, pode ter certeza que chuvas de ações judiciais vão cair, assim como milhares de televisores serão desligados por todos aqueles que não concordam com esse tratamento vil, grosseiro e discriminatório à nossa amada Paraíba.

Quer saber de uma coisa? E se me chamarem de "Paraíba", eu num tô nem aí. Afinal, tem tanto "Paraíba" dando de olé em muito "nêgo" por aí a fora...


Marco Valério


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