Às 22h, estava comentando com o responsável do plantão administrativo do hospital, onde trabalho, sobre um paciente psiquiátrico, para ver se encontraríamos soluções para resolver da melhor forma possível a vida dele, até a conclusão do seu tratamento. Eu disse ao administrador:
_Temos que resolver como vai ser a permanência deste paciente psiquiátrico!!
Um colega médico que estava ao lado e ouviu a conversa, com alguns minutos depois, falou-me:
_ Marco, estava reparando você conversando e isso me fez lembrar de uma história que ocorreu comigo...
_ Qual foi a sua história- perguntei-lhe curioso.- e ele me respondeu:
_ Estava regulando os pacientes do SAMU, quando recebi uma chamada de uma comunidade muito perigosa da cidade, a mãe do rapaz, disse-me que o filho não tinha o juízo certo e que estava apresentando convulsões.
_ E aí o que ocorreu?- perguntei.
_ Tive que pedir escolta policial para a segurança dos colegas da ambulância adentrarem naquela localidade- o colega médico continuou com a conversa.- Então, liguei para polícia e disse:
_ Alô, aqui é do serviço de emergência médico, gostaria do apoio policial, para atender um paciente psiquiátrico na comunidade X!- o policial não entendeu bem as palavras e pediu para repetir e o colega médico repetiu:
_ É porque tem um paciente psiquiátrico lá na comunidade...
Só neste momento, o policial entendeu e disse:
_ Ah tá, agora entendi, é para pegar um doido na favela, né?!
Por essas e outras, uma conversa sempre puxa uma outra conversa e essa regra também é válida para as histórias médicas.
Marco Valério
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