quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Meu Brasil


Na tua bandeira, vejo a ordem e o progresso, vejo o verde, o amarelo, o azul e o branco, bem como as tuas vinte e sete estrelas.

Meu Brasil, na tua terra, vejo a miséria, que é denominada do alvo de desigualdade social a ser vencido, porém só se encontram vencidos e nunca vencedores.

Vejo também a violência de tuas ruas, sobre a qual já se estão tomando providências, mas providências que não passam de poucas evidências. A tua justiça é excepcional, Têmis, a deusa mitológica que equilibra a razão e o julgamento, já disse mil vezes que a balança atual de suas mãos tem que passar por uma análise no Inmetro.

Nas tuas universidades, ó meu Brasil, sinto o cheiro da ciência bem como os odores de coquitéis molotovs e da Canabis sativa propagados por estudantes que em vez de lutar por segurança, estão reivindicando pela insegurança, querendo que a polícia não defenda a sua instituição. Antigamente, os egípcios faziam os hieróglifos nas paredes das cavernas, hoje vemos pichações em prédios de reitorias e depredação do patrimônio público por jovens universitários, que pousam de heróis para as câmaras de televisão nacional e que acham bonito os pais pagarem por suas fianças para os colocarem em liberdade por atitudes tão decepcionantes de estudantes de hoje e de futuros profissionais no amanhã.

Meu Brasil, lindo e grandioso, adoro-te intensamente, apesar de ver o descaso dos teus governantes com a saúde brasileira, os mesmos devem merecer nota dez quando falam e distribuem simpatias que vão resolver os impasses de nossas deficiências tão elementares, em se tratando de uma área vital para teus milhões de filhos, mas os discursos não fazem atitudes e não geram compromissos nem realizações, por isso, meu Brasil, que as promessas, com o passar do tempo, são as mesmas promessas passadas, porém aprimoradas com novas alucinações políticas.

Na tua Constituição, ó grande país das Américas, estão os rumos de todos os teus filhos, tais rumos estão em diversos caminhos, pois todo dia as leis, os direitos, os deveres dos brasileiros são mudados, maquiados, seguindo uma lógica democrática chamada de poder da minoria, onde os números de votos de um político faz parte da economia e se traduz em capital corrente, em troca de empregos, favores e de atos nebulosos de corrupação utilizando o dinheiro do povo, sem o povo, morrendo assim o povo de fome, de doenças e pela omissão dos nossos governantes.

Ó meu Brasil, lindo e trigueiro, espero que um dia o trigo de tua cor se separe do joio de tanta corrupção, o verme que assola tuas vísceras. És o meu Brasil das Olimpíadas, da Copa do Mundo, és festa do povo sem fim, és a política do pão e circo, és o circo e nós, teus filhos, somos os palhaços. Neste circo todo, também tem espaço para o espetáculo do desvio do patrimônio público, como em um passe de mágica, para o patrimônio de um público que merecia cadeia, devolvendo o que não era do seu direito para milhões de carentes e necessitados da pátria mãe.

Ouviram do Ipiranga, o lamento do teu povo com grande índice de analfabetismo, de ensino público precário. Ó meu Brasil, não seria melhor investir na educação básica, com um ensino de qualidade, dando reais condições de concorrência entre alunos de escolas particulares e públicas, entre brancos e negros, pobres e ricos do que estabelecer sistemas de cotas nas universidades, comprovando a ineficiência de nossa rede pública de ensino?

Tens um povo aguerrido, meu Brasil, vejo as lutas de trabalhadores em greves justas, abafadas pela a jóia valiosa dos pobres de espírito, chamada de poder, com penalizações, deturpações públicas colocando a culpa em servidores, jogo de influências entre outros poderes, artimanhas políticas impuras.

Enquanto o mundo comemora a chegada do habitante sete bilhões, em nosso solo não comemoramos o que se investe no povo com o crescimento de nossa população e levando em consideração a alta carga tributária que pagamos aos teus cofres, meu Brasil. Sei que sabes disso.

Sei também que em algum dia, os teus filhos vão acordar, vão às ruas e vão cantar a música do "Basta", a música do "Fim", a música do "Chega disso", a música do "Não aguentamos mais", pois:

"Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada
Brasil!"

Marco Valério Gomes Batista Gonçalves.

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