É difícil dizer com precisão exatamente quando a arte mágica teve início. As primeiras provas documentais que sugerem apresentações de mágica foram encontradas no Papiro Westcar, escrito em 1700 a.C.. O relato é datado em cerca de 2600 a.C: o mágico egípicio Dedi foi convocado para entreter o rei Quéops. Um de seus truques foi cortar a cabeça de um animal, trazendo-o em seguida de volta à vida e ileso.
O rei ordenou que Dedi repetisse o truque, mas usando um prisioneiro. Para grande decepção do soberano, o mágico se recusou a fazer a proeza com um ser humano, mas a repetiu com um boi.
O famoso Copos e bolas é, equivocadamente, muitas vezes considerado a mágica mais antiga. Ele aparece em uma ilustração que foi considerada, por muito tempo, a mais antiga mostrando uma apresentação de mágica.
Le Joueur de gobelets ( O jogador de copos) é uma gravura bem antiga, o que sugere que o Copos e bola foi um truque popular entre artistas mambembes por um longo tempo. |
Egiptólogos dataram entre 2500 a 2200 a.C. um desenho na parede de uma tumba egípcia na necrópole Beni Hasan. Nele, duas pessoas estão fazendo brincadeiras ou jogos com quatro copos. Recentemente, houve muita especulação sobre se a ausência das bolas nesse desenho anula a alegação de que ele realmente representa uma execução do Copos e bolas. O efeito básico é que as bolas vão passando de copo em copo.
Alguns mágicos que se destacaram em tempos remotos:
- Isaac Fawkes (1675-1731): foi responsável por boa parte desse interesse na Grã-Bretanha. Ele se apresentou em grandes feiras e reuniu multidões para assistir a seus truques incríveis, muitos dos quais baseados em leis da mecânica que estavam muito à frente de seu tempo.
Isaac Fawkes se apresentava regularmente na Bartholomew Fair em Londres. Ele é retratado neste desenho fazendo surgir vários objetos de dentro de uma sacola aparentement vazia. |
- Giuseppe Pinetti (1750-1800), nascido na Itália, foi outra das figuras mais importantes da história da mágica. Frequentemente, apresentava-se para realeza. Em 1783, quando ele fazia shows em Paris, Decremps Henri, um advogado parisiense e mágico amador expõe os métodos de Pinetti relatando-os em um livro. Ironicamente, isso fez que a fama de Pinetti se espalhasse e crescesse ainda mais.
- John Anderson (1814-1874): escossês conhecido como "O mágico do Norte", fez muito sucesso em toda a Europa, na América e na Austrália. Ficou conhecido por seus acessórios grandes. Muitos deles feitos de prata maciça. Ele acumulou uma fortuna, mas perdeu tudo depois do incêndio de vários teatros em que estava trabalhando, o que o levou à falência.
A essa altura, a mágica já era reconhecida como uma forma de arte. Sua popularidade e sucesso continuaram dando frutos no século seguinte, com um número crescente de mágicos se apresentando para públicos maiores.
Na época anterior ao aparecimento do cinema e da televisão, a mágica era uma das formas mais populares de entretenimento ao vivo, e os mágicos tinham um retorno muito entusiasmado do público onde quer que se apresentassem.
Fonte: Einhorn N. Enciclopédia prática da mágica e do ilusionismo. Livros Escala, 1a edição, São Paulo, 2010.
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