No início o encanto e nesse princípio, o desejo; no evoluir dos tempos, a esperança; no adormecer do dia, o sonho. Nas madrugadas frias, os livros; nas listas de vestibulares, lágrimas ou risos.
Na aprovação, a universidade; na face, a alegria; nas primeiras provas, o medo. Na Anatomia, um corpo sem vida que repousa para novas vidas.
Na sala-de-aula, as concorrências; dentro de nós, emoções, já nos livros, a Fisiologia dessas mesmas emoções. Nos jornais, a crise na saúde; nos hospitais, a greve no serviço público e as suas consequencias.
Nos ensinamentos científicos, os mestres; nos incentivos para continuar em frente, os nossos familiares. Nos leitos, os pacientes, já em nossas mãos, a Semiologia. Os livros, amigos inseparáveis; o relógio, um amigo perverso.
No corpo, um jaleco branco e um cordão artesanal feito de estetoscópio. Sangue, suor e lágrimas, bem como a convivência com outras excrescências dos sistemas humanos. Uns chamam tal enfrentamento de vocação; outros de heroísmo e bravura, já outros de sofrimento para um perdão.
Na formatura, o juramento hipocrático; na plateia, os aplausos. Na mente de jovens médicos, a preocupação com o primeiro emprego e com as provas de residência médica. E como é bom receber o primeiro "obrigado doutor" de um paciente! Não é mesmo? Testemunhas de novas vidas que chegam e de outras vidas que partem...
Os anos se passam, assim como um filme nas retinas é gravado. As leis se sucedem e os homens não param de lesgislar. As dificuldades são muitas, mas não se pode parar. Os desafios são intensos, para isso existem passos imensos, que não se deixam tropeçar.
É bem verdade que, às vezes, as lágrimas caem, porém pior seria se elas não saíssem a nos deixar a amargurar. A esmeralda de nossa profissão não representa o valor de uma jóia, mas sim, as esperanças de nossas ações. Se ainda não encontramos a felicidade plena, não custa nada seguirmos adiante e a felicidade encontrar.
Marco Valério Gomes Batista Gonçalves.
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