Estava no plantão e, em um dos intervalos de procedimentos, em que se unem todos (alguns médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem), o assunto em pauta era que as notícias boas não se espalham, enquanto as notícias ruins correm com bastante facilidade.
Então, cada um falava de uma forma resumida algo que tinha acontecido consigo e espalhado rapidamente por ser uma má notícia, enquanto isso, eu só observava, pois no final também teria que falar algo.
Notava que aquelas conversas estavam deixando-os apreensivos, tensos e com um ar de tristeza. Todos esses elementos são péssimos para um bom desempenho em equipe em um plantão sobrecarregado.
Chegou a minha vez de falar e eu tinha a responsabilidade de dizer algo diferente, que gerasse algo positivo e que acabasse com aquela lamúria que estava deixando o clima muito ruim, então, disse:
_É realmente, as notícias ruins correm muito rápido, já as boas não andam, concordo com vocês. Vejam só o meu exemplo- neste momento, falava com ar sério e compenetrado- quando eu digo que sou lindo e maravilhoso, as pessoas não espalham que sou lindo e maravilhoso, eu fico indignado com isso.
A primeira reação de todos foi de espanto, mas depois todos compreenderam que estava brincando e sorriram. Isso fez o clima ficar mais alegre e logo, logo as conversas foram substituídas por assuntos mais alegres. Esses momentos da vida de alta filosofia, que a gente aprende com os pequenos detalhes dos fatos, levam-me a discorrer a frase de Aristóteles:
"A alegria que se tem em pensar e aprender, faz-nos pensar e aprender ainda mais."
Marco Valério
Nenhum comentário:
Postar um comentário