sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CODINOME BEIJA-FLOR (Reinaldo Arias/ Cazuza/ Ezequiel Neves)


Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor (nunca)
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

(Ed. Sigem)



Em 31 de julho de 1985, logo depois de deixar o grupo Barão Vermelho, Cazuza foi internado com febre alta e convulsões, no Hospital São Lucas. O primeiro diagnóstico revelou mononucleose, posteriormente ratificado como infecção bacteriana. O teste para HIV deu negativo. aconteciam festas diárias nos dois apartamentos alugados pelos pais de Cazuza no São Lucas: amigos entrando e saindo. Ezequiel Neves estava sempre junto, e foram os beija-flores que rondavam pela janela do quarto de Cazuza no hospital a inspiração para ele fazer a canção Codinome Beija-flor, uma das mais líricas de seu repertório. Cazuza pediu para que se colocassem vidros com água e açúcar para que os beija-flores viessem e cantassem para ele.


Fonte: ARAUJO, L. Preciso dizer que te amo. Texto: ESCHEVERRIA, R.-São Paulo: Globo, 2001.

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