Entrevista com o médico e escritor Marco Valério

CJ: Como surgiu a ideia de criar um blog?

MV: O gosto pela escrita cresce à medida que se escreve. Desde criança sempre gostei muito de escrever sobre fatos que acontecem no mundo e interagir com as pessoas através de meus escritos.

CJ: É verdade que você começou a divulgar seus escritos através do Orkut?

MV: Sim, o Orkut foi o início de tudo, no mundo da internet! O meu objetivo principal era divulgar os meus escritos através da Marcorkut (a página do meu Orkut, que chamo dessa forma, onde no lugar de se postar fotos, eu coloco textos meus), mas devido a algumas limitações referentes a colocar posts com escritos, senti necessidade de criar um blog. Mas antes disso, já escrevia alguns artigos nos jornais do Centro Acadêmico de Medicina, no Jornal do Conselho Regional de Medicina e alguns textos em jornais locais.

CJ: A princípio, o que você acha dessa interação leitor versus escritor?

MV: É muito importante para aquele que escreve sentir a reação de quem o lê, ao receber um feedback; tanto positivo, quanto negativo; me serve de estimulo para escrever mais e melhor. Acredito que esse feeling dos leitores é muito importante para o escritor.

CJ: Pra você, como foi o primeiro ano do blog?

MV: Foi muito difícil, pois tive que me desdobrar entre as atribuições médicas e a escrita, como também, a incerteza no que diz respeito à aceitação por parte dos leitores: se meus artigos estariam tendo um significado positivo ou não... mas com o passar do tempo fui tendo a certeza que sim.

CJ: O que você me diz quanto ao blog ter atingido o quantitativo de 5.000 acessos em um ano?

MV: Considero como um resultado muito bom para mim como único editor do blog. Sei que existem vários outros blogs com um percentual de acessos, significativamente, maior que o meu, mas considerando a produção literária e artística feita apenas por uma pessoa, vejo que, para mim, os 5.000 acessos foi uma quantidade satisfatória.

CJ: Há uma certa resistência à cultura poética em nosso país. O que você me diz a respeito dessa desvalorização ao artista?

MV: Considero a Medicina como sendo uma arte. O médico, assim como os demais artistas, também é uma figura desvalorizada frente às autoridades políticas deste pais. É, justamente, através desse espaço que quero chamar à atenção para que valorizemos mais e mais os sentimentos, a música, a pintura e todas as outras formas de atitudes oriundas do íntimo das pessoas. Como médico, utilizarei este espaço, para lutar por melhores condições de trabalho para a arte hipocrática, bem como lutarei pela exaltação das outras artes.

CJ: Podemos citar muitos exemplos de escritores célebres. Para você, quais deles lhe servem de inspiração?

MV: Com certeza, o mundo é muito rico em cultura poético-literária, dentre vários grandes escritores, me inspiro em nosso poeta paraibano, Augusto dos Anjos; Erico Veríssimo, em suas comédias; nossa estimada, Lya Luft, grande romancista brasileira; Dalai-Lama; Daniel Goleman; Taylor Caldwell, autora do livro Medico de homens e almas; Augusto Cury; nosso grande romancista e defensor de suas teorias científicas; o Paraibano, Ariano Suassuna; Dráuzio Varella; a literatura antiga de Baltazar Graciàn, dentre outros.

CJ: Que mensagem você enviaria aos escritores que estão começando ou mesmo àqueles que ainda estão relutantes em entrar no mundo da literatura?

MV: A mensagem que eu deixo é que eles deem o melhor de si, escrevam sua vida da melhor forma possível, pois só assim a sua história será lida com a simplicidade, com a veracidade e com o reconhecimento que vem da sua alma e da sua constituição humana.

Carla Juliana B. de Lima para o blog Coração, Versos e Prosa