Minhas histórias médicas, episódio de hoje: Gafes no consultório
Existem certas lições que não aprendemos na universidade. Com a nossa vida diária médica, vamos aprendendo a lidar com situações embaraçosas de nossa labuta. Irei listar algumas delas e apresentar algumas ações inteligentes para solucioná-las. Vamos lá!
A primeira situação que listarei começa na recepção, não existe situação pior para a maioria das mulheres, quando a recepcionista no momento do cadastro pergunta em voz alta a idade da paciente, principalmente das idosas. Para resolver essa gafe é simples só precisa que a funcionária peça a identidade da paciente. Resolvido o problema...
Segunda situação, os médicos recém-formados caem muito nesta gafe: chega geralmente um casal, marido e mulher, no consultório ou um idoso com uma mulher nova ou vice-versa. A gafe é perguntar se a pessoa mais idosa é o pai ou a mãe do(a) paciente. Para resolver essa gafe, das próximas vezes, aprendi que basta fazer a seguintes perguntas: "Vocês são parentes?" ou utilizando uma forma mais poética "Qual o laço de família de vocês?". Pronto, assim, evita-se um constrangimento desnecessário.
Terceira situação: entra no consultório dois homens ou duas mulheres. O médico com seu olhar clínico, logo identifica uma relação homoafetiva. Então, como abordar o relacionamento das duas pessoas? Pois não é abordar por abordar ou por curiosidade, porque na consulta médica temos de saber o grau de intimidade dos familiares para saber até que ponto poderemos perguntar as particularidades para se chegar a um diagnóstico. Como resolver a situação?
Muitas vezes, o próprio casal já anuncia a relação homoafetiva, mas na abordagem médica, perguntas chaves podem ser um bom início para receber aquela informação: "Vocês são parentes?", "Vocês são amigos?". Depois, pela expressão corporal da face, as pessoas se denunciarão e ficarão mais à vontade de dizer o tipo de relacionamento das partes. A gafe nessa última situação, seria partir logo para uma pergunta como: "Vocês formam um casal?".
Pois já pensou se dois homens que entram no consultório sejam só amigos. Como ficará a situação?
Eu já cometi algumas dessas gafes, hoje, já não as cometo mais. O importante da vida é o aprendizado que temos com a própria vida, com as gafes e com os erros, para se chegar no acerto. Certo? Até mais!
Marco Valério
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